Teste de Q.I. canino - Veja como realizar com seu cão os 12 testes de Q.I. e como calcular o resulta
Sabemos que cães são animais realmente muito inteligentes, capazes de aprender desde simples regras e truques até grandes demonstrações de compreensão. Mas se você quer medir o quanto o seu cão é inteligente, apresentamos um teste de Q.I. (Quociente de Inteligência) elaborado pelo famoso psicólogo e adestrador Stanley Coren em seu livro “A inteligência dos cães” (Ediouro, 1996). Contudo, vale lembrar que, além do amor dedicado ao cão, a principal fórmula para que seu melhor amigo se torne um pequeno ‘Einstein’ são os estímulos diários realizados pelo dono e a atenção dispensada ao animal.
Regras: Ao todo, são 12 testes, sendo que o 7º e o 8º devem ser realizados na seqüência e os demais podem ser aplicados aleatoriamente. Para marcar o tempo que o animal gasta em cada teste e dar sua devida pontuação, você precisará de um cronômetro. Os testes que envolvem petiscos não devem ser aplicados quando o cão acabou de comer ou quando está com muita fome. Para realizar o teste, a idade mínima do cão é de 9 meses para os de grande porte e 1 ano para os demais portes. É importante ressaltar que a pessoa que aplicará o teste deve ter convivido pelo menos três meses com o cão e este, por sua vez, deve morar no local do teste há pelo menos 2 meses. Para a obtenção de resultados melhores e mais fiéis, procure aplicar o teste em momentos nos quais seu cão esteja mais calmo, sem fome nem sono e com bastante disposição.
Teste 1 – Aprendizado por observação (mede o grau de associação entre idéias)
Se você costuma sair com seu cão, simule um passeio. Caso contrário, faça uma adaptação a outra atividade corriqueira e caracterizada pelo uso de algum objeto específico. Em horário e lugar diferentes do habitual, mostre o objeto para ele (como a coleira, por exemplo) e observe a reação. Pontuação – Se o cão demonstrar interesse e excitação como se soubesse o que vai acontecer e correr até a porta ou vier direto em sua direção, dê 5 pontos. Se não, dê mais uma dica, como ir à porta e parar . Se ele agora der sinais de que entendeu que vai passear, dê 4 pontos. Se não, dê mais uma chance de ele perceber. Vire, por exemplo, a maçaneta da porta, fazendo barulho. Se ele finalmente compreender, dê 3. Caso tenha demonstrado apenas prestar atenção nas atividades anteriores, dê 2. Se não fez nada nem prestou atenção, dê 1.
Teste 2 – Habilidade em solucionar problemas / Grau 1 (avalia a habilidade de resolver situações por conta própria, utilizando experiências anteriores)
Pegue um petisco, agite-o perto do cão e deixe que ele o cheire. Ponha o petisco no chão e uma lata sobre ele.Com gestos e palavras, estimule-o a pegar o petisco. Em seguida, meça o tempo. Pontuação – Se o cão derrubar a lata e pegar o petisco em até 5 segundos, dê 5 pontos. Se levar de 5 a 15 segundos, dê 4. Entre 15 a 30 segundos, dê 3. De 30 a 60 segundos, dê 2. Se tentar uma ou duas vezes, cheirando em torno da lata, mas não pegar a isca após 1 minuto, dê 1 ponto. Se não fizer qualquer esforço para pegá-lo, dê 0.
Teste 3 – Aprendizagem do meio ambiente (verifica o quanto o cão memoriza a posição dos objetos em um local, criando um mapa mental do ambiente)
Escolha um lugar familiar ao cão, com vários objetos. Sem ele ver, mude cinco objetos de lugar. Opte por aqueles de fácil acesso a ele. Leve o cão para dentro do local e comece a medir o tempo, em silêncio. Pontuação – Se ele explorar ou farejar qualquer dos objetos trocados de lugar dentro de 15 segundos, significa que percebeu rapidamente a mudança. Dê, então, 5 pontos. Se demorar de 15 a 30 segundos, dê 4 pontos. Se a fizer entre 30 e 60 segundos, dê 3. Se olhar em volta dando sinais de que percebeu algo diferente, mas não explorar nenhuma modificação, dê 2. Se, passado 1 minuto, o cão ignorar as mudanças, dê 0.
Teste 4 – Habilidade em solucionar problemas / Grau 2 (verifica como o cão sai de uma situação aflitiva)
O cão precisa estar acordado e razoavelmente ativo. Faça-o cheirar uma toalha de banho. A seguir, use-a para cobrir a cabeça e parte do corpo dele. Marque o tempo e observe, em silêncio. Pontuação – Se o cão se livrar em até 15 segundos, dê 5 pontos. Se demorar de 15 a 30, dê 4. De 30 a 60, 3 pontos. De 1 a 2 minutos, 2 pontos. Se não tirar a toalha após 2 minutos, dê 1.
Teste 5 – Aprendizagem social (avalia a compreensão visual das expressões emocionais)
Quando o cão estiver sentado ou deitado a dois metros de você, olhe fixamente para ele. Assim que ele olhar para você, conte até 3 em silêncio e dê um grande sorriso. Pontuação – Se o cão vier até você abanando o rabo, dê 5 pontos. Se vier, mas devagar ou abanando o rabo apenas por uma parte do caminho, dê 4. Se estava sentado e ficar de pé ou se estava deitado e se sentar, mas não andar até você, dê 3. Se o cão se afastar de você, dê 2. Se não prestar atenção, dê 1.
Teste 6 – Habilidade em solucionar problemas / Grau 3 (verifica como o animal se sai em desafios que exigem persistência)
Mostre um petisco ao cão. Deixe-o vê-lo e cheirá-lo por 5 segundos. Ponha-o no chão e, enquanto o cão observa, jogue a toalha aberta em cima do petisco. Com palavras e gestos, estimule-o a pegar o petisco. Marque o tempo. Pontuação – Se o cão estiver com o petisco na boca em até 15 segundos, dê 5 pontos. Em 15 a 30 segundos, dê 4. Em 30 a 60 segundos, dê 3. Em 1 a 2 minutos, dê 2. Se tentar apanhar o petisco, mas desistir, dê 1. Se ele nem tentar em 2 minutos, dê 0.
Teste 7 – Memória de curto prazo (Imediatamente após esse teste, faça o teste 8)
Leve o cão a um ambiente razoavelmente grande e coloque um petisco num canto enquanto ele observa. Deixe o ambiente juntamente com o cão e, após 15 segundos, volte com ele para a sala (sem falar nada) e comece a marcar o tempo. Pontuação – Se o cão for direto ao petisco, significa que memorizou bem. Dê 5 pontos. Se farejar metodicamente ao redor da sala e achar o petisco, é porque não fixou com exatidão o local onde estava o alimento. Dê 4. Se procurar à toa, sem rumo, mas mesmo assim achar o petisco em até 45 segundos é porque não memorizou o local e está usando o faro e a visão para achá-lo. Dê 3. Se ele tentar achar, mas não conseguir após 45 segundos, dê 2. Se nem tentar, dê 1.
Teste 8 – Memória de longo prazo (mede a capacidade de armazenar informações por muito tempo)
O procedimento é igual ao do teste 7, mas, ao invés de ficar fora do ambiente por 15 segundos, fique apenas 5 minutos. Após o tempo, volte para o ambiente com o cão e comece a marcar o tempo, sem falar nada. Pontuação – Se o cão for direto ao petisco, dê 5 pontos. Se foi ao quanto onde estava o primeiro petisco e depois rapidamente ao canto certo, ele confundiu os dois locais memorizados. Dê 4 pontos. Se cheirar metodicamente ao redor da sala e achar o petisco, dê 3 (pois ele usou o faro e a visão). Se parecer procurar à toa, mas achar o petisco em até 45 segundos, dê 2. Se tentar achá-lo, mas sem sucesso após 45 segundos, dê 1. Se nada tentar, dê 0.
Teste 9 – Resolução de problemas e habilidade de manuseio (avalia a capacidade de vencer desafios, usando as patas)
Com livros ou tijolos empilhados, faça dois montes, deixando-os um pouco separados, e coloque uma tábua sobre eles. O objetivo é fazer uma espécie de mesa, baixa o bastante para que o cão não enfie a cabeça por baixo dela, mas suficiente para que coloque as patas. Ponha sobre a tábua alguns livros pesados ou tijolos para que o cão não a derrube. Mostre-lhe um petisco e deixe cheirá-lo. Com gestos exagerados, ponha o petisco sob a mesa. Estimule o cão a pegá-lo, mas aponte o local. Marque o tempo. Pontuação – Se o cão usar as patas e pegar o petisco em até 60 segundos, dê 5 pontos. Se o apanhar em 1 a 3 minutos, dê 4. Se usar só o focinho ou as patas, mas não conseguir pegar o petisco após 3 minutos, dê 3. Se não usar as patas e se contentar em cheirar ou tentar pegar o petisco com o focinho uma ou duas vezes e desistir, dê 2. Se, após 3 minutos, não tiver tomado qualquer iniciativa para pegar o petisco, dê 1.
Teste 10 – Compreensão de linguagem (verifica a capacidade de compreender o significado das palavras)
Com o cão deitado – no mínimo a dois metros de você – diga uma palavra à qual ele não esteja acostumado (ex: microondas). Faça o mesmo tom de voz que costuma usar para chamá-lo. Pontuação – Se o cão mostrar vontade de ir até você, é sinal que reagiu ao tom de voz e não à palavra. Dê 5 pontos. Se não vier, diga outra palavra que ele não esteja acostumado a ouvir, como “espelho”, no mesmo tom de voz que usa para chamá-lo. Se ele for em sua direção, dê 4 pontos. Se ele ainda não se manifestar, diga o nome dele e a palavra que usa para chamá-lo. Se ele vier ou mostrar tendência de ir até você, dê 3 pontos. Se não, chame-o mais uma vez. Se vier, dê 2. Se não, dê 1.
Teste 11 – Processo de aprendizado (mede a habilidade de associar uma ação a um comando)
Esse teste é mais complicado, e exige certa qualificação de quem está aplicando. Então, para quem não quiser aplicar esse, não precisa. O cão será induzido a um comportamento desconhecido: levantar-se da posição sentado, dar um passo à frente, dar meia-volta para ficar de frente com você e sentar-se de novo. O cão deve estar sentado, do seu lado esquerdo, com coleira e guia.
Etapa 1 a 3: 1) Com voz clara, dê uma ordem que o cão não conheça, como “frente”. Ao mesmo tempo, dê tapinhas com as mãos nas pernas dele, bem acima dos joelhos. 2) Guie-o para ficar na posição frente: dê um passo à frente com o pé esquerdo, e puxe a guia, em sentido horizontal diante da cabeça dele, para que levante e avance um ou dois passos. 3) Dê um passo para trás com a perna direita, puxando a guia para obrigá-lo a virar para você no sentido horário. Se for um cão grande, talvez você tenha de dar mais um passo para trás. Elogie-o imediatamente ou lhe dê um petisco. Coloque-o de novo sentado ao seu lado esquerdo e repita o exercício nas etapas 2 e 3.
Etapa 4 a 5: Igual à etapa anterior, contudo você deve dar uma pausa de um segundo após a ordem “frente” e depois tentar deslocar o cão na posição frente usando o mínimo ou nenhum movimento com sua perna esquerda.
Etapa 6: Dê a ordem frente e observe. Pontuação – Se ele sair do seu lado e for para a posição frente, mesmo de maneira desajeitada, dê 6 pontos e considere o teste encerrado. Afinal, ele aprendeu todo o movimento do exercício. Se ele não se mexer após 5 segundos guie-o ao lugar certo e recompense-o, como se fosse apenas um treinamento.
Etapas e testes subseqüentes: Repita 10 vezes, como treinamento, a etapa 4 a 5 e depois dê a ordem frente e observe. Pontuação – se o cão executar a manobra toda, dê 5 pontos. Se não, faça mais 10 vezes e repita pela última vez a ordem frente e observe. Se o cão executar o exercício sem nenhuma ajuda sua (não importa se o fizer de forma desajeitada, lenta ou confusa), dê 3 pontos. Se o cão der a volta até a sua frente, mas não sentar, dê 2. Se ficar de pé ao receber a ordem, mas não se mexer, dê 1. Se permanecer sentado dê 0.
Teste 12 – Resolução de problemas (mede a capacidade de desenvolver soluções elaboradas)
Pegue um papelão de tal altura que o cão não pule e faça nele um buraco pelo qual sua mão consiga passar. Faça o papelão ficar em pé, prendendo-o com fita adesiva ou barbante em “paredes” laterais (podem ser duas caixas ou cadeiras). O papelão servirá de “barreira”. Ponha-o diante do papelão e peça para alguém para segurá-lo, se for preciso. Fique do mesmo lado. Estimule-o a olhar através do buraco. Com gestos exagerados, introduza um petisco através do buraco e coloque-o no chão a uma distância tal que o cão não possa alcançá-lo com a pata. Marque o tempo e peça ao ajudante que solte o cão, enquanto você o estimula com gestos e palavras a pegar o petisco. Pontuação – Se o cão contornar o papelão e pegar o petisco em até 15 segundos, dê 5 pontos. É sinal de que percebeu que precisava dar a volta. Se levar entre 15 e 30 segundos, dê 4. Se demorar de 30 a 60 segundos, dê 3. Se não tiver pego o petisco após 60 segundos, pare de estimulá-lo ativamente e fique calado por perto, marcando o tempo. Se pegar o petisco em 1 a 2 minutos, dê 2. Se tentar alcançá-lo enfiando a pata através do buraco e depois desistir, dê 1. Se não fizer nenhum esforço para pegá-lo após 2 minutos, dê 0.
Resultados para quem realizou todos os testes:
54 pontos ou mais | Cão considerado brilhante. Um exemplar com esse nível de Q.I. é muito raro. 48 a 53 pontos | Cão excelente, dotado de um Q.I. extremamente alto. 42 a 47 pontos | Cão com Q.I. médio superior. Será capaz de fazer praticamente qualquer tarefa que compete a um cão comum. 30 a 41 pontos | Cão com Q.I. médio. Representa um cão normal, que executa algumas atividades e outras não. 24 a 29 pontos | Cão com Q.I. médio baixo. Embora às vezes o cão pareça agir muito inteligentemente, a maior parte do tempo exigirá muito trabalho para fazê-lo entender o que queremos dele. 18 a 23 pontos | Cão com Q.I. baixo. Pode ter dificuldade em se adaptar às exigências do cotidiano e às expectativas do dono. Mas em um ambiente estruturado, pouco estressante, pode se sair até razoavelmente. 17 pontos ou menos | Cão deficiente em muitas áreas do Q.I.
Para quem deixou de realizar o teste 11
49 pontos ou mais | Cão considerado brilhante. Um exemplar com esse nível de Q.I. é muito raro. 44 a 48 pontos | Cão excelente, com Q.I. extremamente alto. 38 a 43 pontos | Cão com Q.I. médio superior. Será capaz de fazer praticamente qualquer tarefa que compete a um cão comum. 27 a 37 pontos | Cão com Q.I. médio. Representa um cão normal, que executa algumas atividades e outras não. 22 a 26 pontos | Cão com Q.I. médio baixo. Embora às vezes o cão pareça agir muito inteligentemente, a maior parte do tempo exigirá muito trabalho para fazê-lo entender o que queremos dele. 16 a 21 pontos | Cão com Q.I. baixo. Pode ter dificuldade em se adaptar às exigências do cotidiano e às expectativas do dono. Mas em um ambiente estruturado, pouco estressante, pode se sair até razoavelmente. 15 pontos ou menos | Cão deficiente em muitas áreas do Q.I.
(Fonte: Dog Dicas)